domingo, 25 de abril de 2010

Sombra de dúvida



O que esperar de uma banda que fez tanto pelo rock alternativo nos últimos trinta anos como "Star Wars" fez pela ficção intergaláctica? Bem, há que reconhecer que as expectativas são as nossas piores inimigas. Os factos são, contudo, simples: quem foi à procura dos tempos áureos de "Daydream Nation" e "Goo" saiu com a maior desilusão do mundo; quem foi para ouvir "The Eternal" com certeza assistiu ao melhor concerto da sua vida. E quem foi à procura de um meio-termo entre os dois ficou num limbo de incerteza: se por um lado uma nova materialização da banda histórica em território português é uma inegável satisfação, a constatação da quantidade de material que perdeu lugar para o desfile de 90% do mais recente álbum da banda traz consigo alguma tristeza.

Não sejam feitas confusões, no entanto: os Sonic Youth são uma banda do presente. Continuam a debitar energia quase palpável nos seus riffs, na sua distorção e nas palavras quer de Thurston Moore, quer de Kim Gordon (amén). Ninguém diria que este colectivo anda nestas andanças vai para trinta anos, tal é a sua urgência e energia. São também uma banda que não se presta a um desfile de "hits" e a qualquer tipo de nostalgia, mas que antes foge a sete pés do que possa assemelhar-se à sua zona de segurança (caso raro entre bandas desta longevidade). Tudo isto é de louvar, claro.

Mas, uma vez mais, as expectativas são as piores inimigas do espectador. E o que aconteceu no Coliseu dos Recreios na passada quinta-feira foi uma das maiores descargas de rock a que vamos ter oportunidade de assistir durante este ano. Afinal de contas, os Sonic Youth não andam cá para "massajar a História".

Alinhamento:

No Way
Sacred Trickster
Calming the Snake
Anti-Orgasm
Stereo Sanity
Malibu Gas Station
Walkin Bue
Poison Arrow
Schizophrenia
Antenna
Leaky Lifeboat (For Gregory Corso)
What We Know
Massage the History

The Sprawl.
'Cross the Breeze

Shadow of a Doubt
Death Valley '69

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eis o messias



"Life of Brian" é o filme mais hilariante de sempre. Bem, talvez não seja. Mas depois de cada visionamento parecem não restar grandes dúvidas quanto a isto. Pois bem que esta história de um indíviduo judeu que se junta a uma colectividade denominada People's Front of Judea (não Judean People's Front e muito menos Popular Front of Judea) transporta para a época desse grande mito, de seu nome Jesus Cristo, o humor sem tempo nem idade dos Monty Python. Há aqui cenas de antologia da comédia de sempre: o apedrejamento do indíviduo que profere o nome de Jeová em vão por parte de mulheres disfarçadas de homens, o imperador Pontius Pilate a testar a sonoridade do nome do seu amigo Biggus Dickus perante os seus lacaios, ou a conversão imediata e inconsequente de um homem à donzela Loretta. E isto surge na entrega de importantes e recorrentes mensagens sobre os dogmas religiosos católicos, sem que o objectivo seja propriamente ferir susceptibilidades. Até porque, como se canta em coro no final, always look on the bright side of life.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A gaiola é essa coisa com penas

Estrutura de gaiola? Então.
A gaiola é uma coisa muito relativa.
Se eu fosse um pássaro não gostava de viver numa estrutura de gaiola. Muito menos fazia cenas em cima das pessoas. Ser pássaro é uma coisa muito relativa também.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A repetição é essa coisa com penas, ou como descobrir que se ouviu um álbum mais vezes do que se imaginaria

- "Qual é a faixa que vem a seguir à «Scientist Studies» no alinhamento do We Have the Facts and We're Voting Yes dos Death Cab?"
- "Então, é a «Title Track»."
 
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