terça-feira, 20 de julho de 2010

Super Bock Super Rock 2010: Dia 16.



O Sol fere os olhos desprotegidos dos espectadores do palco secundário enquanto Annie Clark se encontra a fazer o soundcheck com a sua banda reduzida a dois elementos. Os St. Vincent foram muítissimo mal tratados no Meco: não pelo público, que os recebeu com aplausos e mesmo trauteando as versões reinventadas das belíssimas músicas dos discos; antes pelas péssimas condições de som, onde o feedback ganhou vezes demais à extraordinária voz de Annie Clark. Apesar da curta duração do set, foi um concerto bastante simpático para abrir o excelente cartaz de um festival que vezes demais pareceu um tubo de ensaio (especialmente para quem se congratula na sua décima-sexta edição).



Os objectos forrados a penas que caracterizam os concertos da actual digressão dos Beach House avançam, então, até à frente de palco. O Sol teima ainda em espreitar por cima das árvores que servem de pano-de-fundo ao palco quando Alex Scally e Victoria Legrand entram em palco sob um grande aplauso. Se existiram reservas relativamente à prestação da banda num ambiente um pouco diferente da sua última passagem por Portugal (em Abril, no Lux), estas deixaram de existir aos primeiros acordes. Não há nada perdido na tradução: enquanto os Beach House vão conquistando os corações da plateia com grande parte de Teen Dream (um álbum que continua a crescer e ao vivo ganha uma dimensão transcendente) e ainda uma investida no álbum homónimo ("Master of None") e duas em Devotion (Gila e Heart of Chambers), o Sol vai-se pondo atrás da vegetação. Quando é altura de tocar "Take Care" já o Sol se pôs e "10 Mile Stereo" é tocada já na escuridão, com as luzes a elevarem a experiência até à estratosfera. Na folha das directivas lumínicas do concerto lia-se "Go crazy" na descrição deste momento.

Na verdade, descrever um concerto dos Beach House começa a tornar-se bastante difícil, tamanha é a carga emocional envolvida. Fica encontrado, desde logo, o supra-sumo do festival.



Abondonando muito rapidamente o palco secundário (fugindo a sete pés de The Temper Trap), os Cut Copy já se encontram a fazer mexer o público: Lights and Music e Strangers in the Wind já tinham passado, mas a verdade é que a banda é de uma grande competência a lidar com a pequena multidão que entretanto os ouvia. A sua sonoridade resulta muito bem in loco, apesar de a escolha de guardar temas novos para a recta final ser bastante discútivel.



Passam alguns minutos das 23h30 quando os Grizzly Bear sobem ao palco secundário, entretanto invadido pelas suas luzes presas em frascos que se ostentam de suportes metálicos. Claramente uma das bandas mais esperadas deste dia (a nível pessoal, do festival inteiro), o set da banda foi curto, directo e eficaz. Dentro do alinhamento houve tempo para cobrir os vários territórios explorados em disco, assentuando o seu experimentalismo nos meandros do rock e do folk. A certa altura, surge Victoria Legrand em palco para dar voz a "Two Weeks" e a "Slow Life", elevando a fasquia de um concerto já de si fabuloso. Termina-se com "While You Wait for the Others" e "On a Neck, on a Split", mas ainda há tempo para recolher alinhamentos e autógrafos enquanto os Pet Shop Boys actuam no palco principal.

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